E agora esta é uma das grandes crises institucionais, se não a principal, que Francisco está tendo que administrar desde o início de seu pontificado: fazer com que seu clero homossexual não dê tanta pinta.
Gênero
A pesquisa acontece no momento em que conheço mulheres trabalhadoras do sexo que decidem me contar suas vivências de fé desvinculadas das religiões, mas essa fé não existe sozinha.
E os sodomitas, nos alegramos e rendemos graças!
Jesus encontrou o amor. E manifestou o amor. E se tornou o amor. Desmandar o sexto mandamento implica em, antes de qualquer coisa, uma abertura para tocar no tema. O suicídio não pode ser uma temática que nos mantém reféns de nossos armários.
No clipe, Adão mesmo julgado e condenado, expressa sua sexualidade, nem que seja no inferno. Como se diz no Brasil: no vale. Ir para o inferno é uma fala comum infelizmente destinada à comunidade LGBTQIA+ pelos cristãos. No clipe, Adão saiu de um lugar de repressão – o paraíso heterossexual – e, no inferno, torna-se livre chegando assim no verdadeiro e real paraíso – a liberdade de ser quem se é.
Entendemos que as tentativas de ridicularizar os esforços de sujeitos negros e LGBTQIAP+ por serem reconhecidos, numa realidade política que asfixia a sua presença, revelam o quanto sujeitos que se beneficiam desse jogo de aniquilação, na verdade, se escondem atrás de projetos de poder altamente genocidas.
A religião está diretamente relacionada à forma como os papeis de gênero são construídos na sociedade.
A marginalização de algumas formas de existências se fixa dentro de diferentes aparatos de poder promovendo uma destituição da fala de sujeitos que, à medida em que perdem suas vozes, perdem cor e corpo.
Falar em teologia queer, então, é falar desse constante desnudamento necessário no interior da própria Teologia da Libertação.
Em artigo intitulado Por mais viadagens teológicas, André Musskopf afirma que, além da religião ser um dado da cultura, “não há como pensar a cultura sem pensar na forma como as diferentes expressões religiosas se materializam como manifestações culturais” (2015, p. 35).