Uma casa de estudos, um espaço de construção de saberes, em que a perspectiva é a de harmonizar as conexões que a vida faz entre o SER – que representa aquele que precisa ser encontrado pra que, na sua descoberta, desperte e construa autonomia e o PERTENCER – que representa a condição na qual o ser é formado em todas as dimensões da vida – corpo, mente, emoções, crenças e identidades.
Edição 24
Quando esse termo espiritualidade entra em pauta, logo tem-se a ideia de que ele é relativo a algo exclusivo do campo da religião.
Ao falarmos em espiritualidade sem religião, não pretendemos defender alguma atitude de crítica ou de recusa do legado das instituições ou das tradições religiosas constituídas.
Uma realidade do Hinduísmo em todos os seus caminhos: sempre há um esforço constante, uma prática diária, um lembrar-se contínuo sobre a nossa verdadeira natureza espiritual, posição e responsabilidade em relação a esta criação, aos demais e ao Divino.
Kardec democratiza e dessacraliza o contato com o espiritual, tornando as relações com os Espíritos algo horizontal, porque são seres humanos desencarnados e nós somos Espíritos encarnados. Adoração, em espírito e verdade, sem culto ou templo, só a Deus.
Aespiritualidade no cristianismo é um caminho para a santidade; não a dos altares, mas a da vida cotidiana, que entende ser santo não como mérito da corrida, mas como qualidade de caminhada.
Com a proposta de uma espiritualidade mais pragmática, “mágica”, mesclando aspectos sincréticos de outras religiosidades, menos dogmática e restritiva na conduta ética, propondo o bem-estar da saúde e realização financeira, de uma realidade atravessada por uma guerra espiritual.
A espiritualidade fala em amor agápico, ou seja, amor de predileção. Amor como opção revolucionária que se expressa em ternura solidária. Por isso, na Bíblia, a comparação mais comum da união com o Divino são a transa sexual e o orgasmo.
No trabalho em psicologia, por outro lado, esse tema não pode ser evitado. Pelo menos não por muito tempo. A religiosidade faz parte da vida de mais de 90% das pessoas no Brasil, e obviamente esse vai ser um tema relevante para quem busca ajuda profissional.
Durante muitas décadas, estudos da psiquiatria encaravam experiências religiosas mais profundas (visões, êxtases, iluminações etc.) como oriundas de distúrbios mentais ou de desordem psíquica.