A busca é sempre resultado do desejo, não da falta, e desejo não é rocha que se tira as medidas para um encaixe perfeito, é líquido, toma a forma do lugar que o colocamos, e, às vezes, derrama, se perde, evapora, ou preenche lugares que não lembrávamos que estavam vazios.
Poderia começar esse artigo com “era uma vez”, mas não me pareceu muito adequado ao…
A espiritualidade não versa necessariamente sobre uma religião e pode ser desenvolvida por sujeitas e sujeitos que se encontram e que não se encontram dentro desses espaços institucionalizados da fé.
O feminismo não pode se tornar um lugar vazio de prática, ou acervo de frases soltas em redes sociais. Feminismo é práxis, a teoria parte de realidade e volta para ela enquanto transformação.
Nunca pensei que fosse presenciar o fim do mundo. Lembro ter visto em alguns filmes…
Espiritualidade não é religião. Desde que direcionei meu tempo e meu desejo à compreensão de como as pessoas vivenciam a espiritualidade, e o lugar que essa busca ocupa em suas vidas, essa frase me acompanha como uma amiga presente: espiritualidade não é religião.
A pesquisa acontece no momento em que conheço mulheres trabalhadoras do sexo que decidem me contar suas vivências de fé desvinculadas das religiões, mas essa fé não existe sozinha.
A estrutura das religiões, bem como a expressão religioso, acontece por meio da linguagem, visto que somos nós mesmos seres de linguagem, nesse sentido, a verdade da fé depende dos corpos que vivenciam o fenômeno religioso e é traduzida para linguagem da música de acordo com a realidade viva.
Diferente do que se especula popularmente, pessoas sem religião não são, necessariamente, ateias.
Defender a laicidade não é, portanto, colocar a religião em perigo. Esse pensamento, apesar de recorrente, diz respeito a uma noção popular de entender como religião apenas o que diz respeito ao cristianismo. Nesse sentido, discurso religioso e sujeito religioso seria o mesmo que discurso cristão e sujeito cristão.