E quando o assunto é religião, é preciso abrir mais o campo de visão para ouvir outras vozes – aliadas, inclusive. As suas intuições e reflexões sobre monoteísmo (e seus males), sobre a forma como a Bíblia é (mal) lida e (mal) falada – especialmente por fundamentalistas – e a relativização da noção de pecado são muito pertinentes. Mas o caminho que você percorre em cada um desses temas é deveras problemático.
Religião
E agora esta é uma das grandes crises institucionais, se não a principal, que Francisco está tendo que administrar desde o início de seu pontificado: fazer com que seu clero homossexual não dê tanta pinta.
Na Alemanha o projeto Lebensborn tinha como objetivo fazer com que as crianças fossem totalmente submetidas à educação do Estado nazista. No Brasil, esse papel foi encaminhado às famílias conservadoras. E onde podem ser encontrados esses pais capazes de alimentar um tipo de educação capaz de neutralizar o senso crítico da criança impondo sobre ela a não-realidade e a visão armamentista? Minha hipótese: no setor religioso.
Defender a laicidade não é, portanto, colocar a religião em perigo. Esse pensamento, apesar de recorrente, diz respeito a uma noção popular de entender como religião apenas o que diz respeito ao cristianismo. Nesse sentido, discurso religioso e sujeito religioso seria o mesmo que discurso cristão e sujeito cristão.
A religião está diretamente relacionada à forma como os papeis de gênero são construídos na sociedade.
Trago dois elementos que estão presentes no discurso e que parte dos religiosos evangélicos ajudam a acentuar: a) o empobrecimento intelectual, e; b) interpretar o adversário como um “inimigo a ser eliminado”.
É uma contradição escandalosa: Igrejas cristãs que deveriam ser sacramentos de humanização amorosa legitimam discriminações e violências. Se querem mesmo ser instrumentos de amor e unidade da família humana, as Igrejas têm obrigação de reconhecer, respeitar e valorizar a identidade sexual e a orientação de gênero de todas as pessoas.
É importante lembrar que não precisamos pertencer a tradição religiosa hindu para utilizar o Yoga em nosso dia-a-dia. Qualquer indivíduo que possui ou não uma pertença religiosa pode se beneficiar de seus resultados na diminuição da ansiedade, estresse, e contribuindo para a redução dos sintomas da depressão
Os conflitos vivenciados pelos LGBTQIA+ cristãs e cristãos apontam para os reflexos da teologia hegemônica construída ao longo dos séculos, no esforço de convencer os sujeitos dissidentes da “divergência” entre fé cristã e homossexualidade.
Meu primeiro casamento foi com minha professora de religião, que sofria pela culpa de estar tirando do caminho a ex-aluna.