Refletindo em como contar sobre minha experiência enquanto um LGBT na religião, me deparei com a ideia de que me entender enquanto homossexual dependeu completamente da religião em que eu estava inserido na primeira fase de minha vida.
Budismo
Estou no caminho budista clerical há alguns anos, mas antes disso, sou um cidadão gay cis. E essa é a história que gostaria de contar, sobre religiosidade e sexualidade.
No Budismo, entende-se que a sexualidade é uma expressão da vida.
Até hoje, a religião mais popular no Japão é o Budismo da Terra Pura. Hōnen não quis construir um templo para si. Ele simplesmente ensinou que onde houver alguém recitando o Nembutsu – Namu Amida Butsu – lá será um templo em sua memória.
A maioria das pessoas sabe da existência de um Buda, Shakyamuni, o Buda histórico que viveu neste mundo e que, segundo a história, atingiu sua iluminação sentado na sombra de uma árvore na Índia
Há alguns dias, após publicar um texto falando sobre nosso catastrófico cenário social e político atual, recebi uma mensagem de uma amiga pedindo para que eu escrevesse sobre como não adoecer em uma situação como essa.
Desmontando a culpa atribuída às mulheres nas tradições religiosas (patriarcais/dominação masculina)
Quando o Budismo se estabeleceu na Índia Antiga (há cerca de 2600 anos), as mulheres, na sociedade da época, só eram reconhecidas de acordo com o valor do homem que as sustentasse. Poderia ser marido, tio, primo, filho.
Sentir raiva é natural. É próprio do ser humano. Assim como é natural sentir fome, como é natural ter desejos sexuais.
Em 1927, meus bisavós, Soshichi Tada e Suke Tada, vindos de Hokkaido, extremo norte do Japão, desembarcaram no porto de Santos, depois de muito tempo a bordo do navio Wakasu Maru.