Sou Jonathan, o gay e adventista.
Tag: Cura Gay
Os conflitos vivenciados pelos LGBTQIA+ cristãs e cristãos apontam para os reflexos da teologia hegemônica construída ao longo dos séculos, no esforço de convencer os sujeitos dissidentes da “divergência” entre fé cristã e homossexualidade.
Eu me envergonhava por não ser 100% hétero e já havia aceitado que a minha sexualidade era o meu espinho na carne e que eu teria que lutar contra esse pecado para o resto da minha existência.
O problema reside, portanto, no que é considerado pela religião- o que não necessariamente é prescrito por Jesus e/ou pelo seu legado- como pecado, que leva a uma luta incessante por uma “libertação” e “purificação” que oprimem, em alguns casos, existências, como as LGBTIA+.
No Candomblé, foi revelado que meus orixás eram Oxum e Lôgunedé, filho de Oxum que no Brasil é considerado andrógino, e na África é considerado uma encarnação masculina da sua mãe Oxum.
Por volta dos meus dezesseis anos, concluí, com muito receio, que eu não era heterossexual.…
Encontrar uma forma de pluralizar as existências e fazer com que todos entendam, de uma vez por todas, que os preconceitos e as intolerâncias estão Àiyé explicitadas na sociedade que se organiza dessa forma, e que isso reverbera nos terreiros.
Meu primeiro casamento foi com minha professora de religião, que sofria pela culpa de estar tirando do caminho a ex-aluna.
Quando eu me entendi LGBT, tal distanciamento da religião pareceu ainda maior.
Estou no caminho budista clerical há alguns anos, mas antes disso, sou um cidadão gay cis. E essa é a história que gostaria de contar, sobre religiosidade e sexualidade.