A espiritualidade fala em amor agápico, ou seja, amor de predileção. Amor como opção revolucionária que se expressa em ternura solidária. Por isso, na Bíblia, a comparação mais comum da união com o Divino são a transa sexual e o orgasmo.
É uma contradição escandalosa: Igrejas cristãs que deveriam ser sacramentos de humanização amorosa legitimam discriminações e violências. Se querem mesmo ser instrumentos de amor e unidade da família humana, as Igrejas têm obrigação de reconhecer, respeitar e valorizar a identidade sexual e a orientação de gênero de todas as pessoas.
Sem dúvida, a maioria das Igrejas cristãs e algumas das outras religiões que se propagam pelo mundo precisam urgentemente ser curadas da sexofobia.
Estou muito triste e envergonhado com vocês. Se vocês não querem aceitar o meu evangelho do amor e da salvação universal ao menos não usem o meu nome para propagar ódio e violência.
Para se ver o horizonte é preciso sair do lugar fechado ou ao menos abrir uma janela que nos permita descortinar o caminho em frente. Mais ainda quando se trata daquilo que Márcio Paiva, no prefácio do livro Inflexões éticas, muito bem denomina o horizonte do outro.
No Brasil, essa semana é marcada pelo dia 21, data nacional do combate à intolerância religiosa. Nessa sociedade mergulhada em desigualdade social cada vez mais violenta, o respeito e diálogo entre as religiões pode ser instrumento de humanização e testemunho do Amor Divino.
A Teologia cristã e as Ciências da Religião precisam aprofundar o deslocamento hermenêutico da noção de Idolatria de forma que fique claro que Deus é Mistério e aceita os mais diversos nomes e figuras com os quais os diversos povos e culturas o nomeiam, desde que sempre signifiquem Amor e Justiça.
As mais recentes notícias sobre a Bolívia nos entristecem, por causa do terrível golpe de Estado e da realidade triste que ele significa de racismo e de fechamento das elites com relação a qualquer governo que tente administrar o país para a maioria do povo.
Sem essa imensa capacidade de resistir e sobreviver, não seria possível pensar a longa história de movimentos de resistência e tentativas de libertação ocorridos na América Latina e Caribe.
O dia internacional da mulher (08 de março) recorda que em Nova York, em 1857, um grupo de mulheres foi assassinado por reivindicar melhores condições salariais e direito ao voto.