Afirmar-me sem religião é um desafio porque socialmente o termo atrai consigo uma imagem tão distante de minha identidade.
Sem Religião
Vivemos em um país de colonização europeia. Os portugueses que invadiram as terras de o que hoje chamamos de Brasil trouxeram consigo não somente culinária e vestimentas, mas também uma religião, o cristianismo católico.
Como entender, no contexto atual, o fenômeno do crescimento do grupo dos sem-religião, especialmente entre os jovens?
Basta olhar ao redor para perceber como poucos de nós, hoje, carregam a força da fé dos próprios avós.
Frente ao crescimento de diversos movimentos religiosos em âmbito mundial e o processo de fortalecimento de Religiões como o Islã, alguns cristãos se veem na sadia necessidade de “iluminar” os acontecimentos à luz da fé cristã.
O conceito de desafeição foi utilizado pela sociologia em meados do século passado por ser facilmente aplicado em pesquisas estatísticas, mas depois caiu em desuso porque não permite fazer comparações entre diferentes sistemas religiosos.
Embora muitos religiosos se valham do inciso VI do artigo 5º da Constituição Federal para defender seu direito à religiosidade e liberdade de crença, faz-se necessário ressaltar no mesmo dispositivo constitucional o direito à não crença garantido na expressão textual do artigo: “é inviolável a liberdade de consciência”.
Entre os diversos grupos religiosos que constam no Censo de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o dos sem-religião é o terceiro maior do cenário religioso brasileiro e instiga, impreterivelmente, a pesquisa de estudiosos da religião. 8,04% de brasileiros se declaram sem-religião, o que corresponde, em termos absolutos, a 15.335.510 indivíduos.
A educação é um forte componente na formação cidadã. No Brasil há, tradicionalmente, a cadeira de Ensino Religioso. No entanto, não poucas vezes, ela é instrumentalizada pelas religiões.