Os corpos abjetos são lançados em valas. Maria Madalena, ao não encontrar o corpo de seu Mestre, pensou que ele tivesse sido roubado. “…Levaram o meu Senhor e não sei onde o puseram”. A COVID-19 não somente gera mortos, como os rouba de nós.
Cristianismo
Para certos leitores, falar em direitos, justiça social, democracia, defesa de pessoas fragilizadas, pensar um sistema com melhor distribuição de renda, criticar posturas racistas, homofóbicas, etc. seria sinônimo de marxismo ou estaria no espectro político da esquerda.
No Carnaval de 2020, essa palavra de Jesus no evangelho (Jo 8, 33) vai ressoar em tom de samba-enredo de escola de samba e, a partir do Sambódromo, vai ganhar o mundo inteiro pela voz da Mangueira, a escola da Estação Primeira que mais uma vez une a defesa da vida à alegria e ao direito do povo brincar.
Mais de 200 pessoas participaram da Ceia de Natal LGBTI+, organizada pelos Voluntários Arco-Íris, em parceria com o Grupo Dignidade, no dia 21 de dezembro, na Catedral Anglicana de São Tiago, em Curitiba.
Antes de começar a ler esse artigo, preciso que saiba: esse é um texto de comadres! Não tem como eu começar a escrever sem me emocionar com a ideia de que estarei presente neste histórico momento para o cristianismo inclusivo e afirmativo da América Latina.
Antes de iniciar propriamente o texto, gostaria de demarcar o lugar desde onde escrevo, como teólogo cristão, de formação católica, comprometido com as lutas dos povos afro-ameríndios. Esta demarcação é muito importante na contemporaneidade, sobretudo para situar o ponto desde onde vemos o mundo, para se evitar eventuais enganos.
A injustiça social que vemos está chegando hoje a um extremo que preocupa, especialmente pela indiferença generalizada, não apenas por aqueles que são socialmente reconhecidos como atores do mal, mas para pessoas e organizações internacionais que deveriam atuar a favor do bem e da justiça, mais também a grande maioria da população.
Na busca cada vez crescente por poder, muitas pessoas se perdem, ou seja, perdem o sentido da vida, e se tornam cada vez mais embrutecidas, insensíveis e se desligam uma das outras, no convívio social e em sua ligação com a natureza e com toda a criação.
Fiz 40 anos. Essa é uma idade desafiadora. Cheguei aos famosos “enta”. Nesse processo revi minha vida, minha geração, e não foi difícil notar como fiz parte de uma geração transicional.
A Teologia cristã e as Ciências da Religião precisam aprofundar o deslocamento hermenêutico da noção de Idolatria de forma que fique claro que Deus é Mistério e aceita os mais diversos nomes e figuras com os quais os diversos povos e culturas o nomeiam, desde que sempre signifiquem Amor e Justiça.