Muitas pessoas me perguntam a respeito de “Ayrá”, de “Aganjú” e de outras “qualidades” de Ṣàngó cultuadas no Candomblé (Brasil), então, hoje decidi escrever um pouco do que sei sobre Ṣàngó e as 12 “qualidades” do mesmo no Candomblé.
Candomblé
Você, com certeza, já ouviu falar em Exu, Ogun, Oxum, Iemanjá ou na palavra “Axé” certo? Nomes tão populares na religio – sidade e cultura brasileira, mas, na maioria das vezes, tão distorcidos de seu verdadeiro significado.
Por meio da visão de mundo nagô/iorubá, crê-se que, antes de uma pessoa nascer no Ayé – mundo dos corpos transitórios, ela escolhe sua cabeça-destino (Orí-inú).
De qualquer modo, a confusão apresentada me intriga e é comum, Orixá – incorporação – mediunidade consciente – iniciação neste Orixá com feições de espírito ou tomado como espírito.
Falar de espiritualidade é um grande desafio, pois a palavra traz uma carga histórica com significados e predefinições, principalmente em uma sociedade predominantemente cristã.
Quando tive o primeiro contato com religiões de matriz africana, ainda muito novo, me lembro que tudo parecia mágico,diferente do que até então eu tinha tido de experiência religiosa, mas algo que me atraía.
Carmelita Luciana Souza, a primogênita dentre 6 irmãos, filha da senhora Arcanja das Virgens – Nengwa Kwa Nkisi Kassutu e de Apolinário Luciano de Souza, nasceu em 17 de março de 1929 na cidade de Salvador – Bahia.
Quando o povo “banto”¹ chegava em terras alheias tinha por prática religiosa identificar os espíritos que “chegaram primeiro” naquela terra. Para tal recorriam aos sacerdotes locais a fim de aprender os métodos de culto a tais espíritos os reconhecendo como “os donos da terra”.
O dia 21 de janeiro traz uma marca dolorosa para a história brasileira, mas também anima as pessoas de boa vontade a construir um outro mundo possível.