O samba-enredo de 2020 da Mangueira, bem como o desfile realizado no sambódromo do Rio de Janeiro no fim da noite de 23 de fevereiro, é um exemplo materializado de busca por uma ética que enxerga as diferenças entre grupos sociais como apenas diferenças.
A série de textos publicados aqui na Senso buscou debater que grupos sociais produtores e promotores, da sua forma de pensar o poder, produzem a ignorância como um projeto sistêmico e intencional de prevalência de uma visão ideológica frente a outra.
É a verdadeira morte social a partir da ignorância política/deliberada de uma vida, histórias, culturas, ancestralidades e religiosidades, estes últimos dois pontos, os temas de que trataremos neste texto, também a partir de um exemplo. Seguimos!
São quatorze horas e vinte e sete minutos, do dia 25 de novembro de 2019. Cinco dias depois de celebrarmos nacionalmente os exemplos de resistências coletivas das lutas das populações afro brasileiras em memória ao dia 20 de novembro, nos deparamos com a reportagem ‘Criminosos me trataram melhor do que a Justiça’, diz cabeleireiro preso por 16 meses sem provas, de Rogério Pagnan, publicada pela Folha de São Paulo.