Em um mundo cada vez mais plural, que permite a convivência de tantos modos de crer, é preciso defender com criticidade e generosidade a própria fé, superando a intolerância e o racismo religioso.
Tag: religião
A Jurema também recebe o nome de Catimbó, sendo esta uma nomenclatura mais antiga, que pode significar cachimbo, mato venenoso ou feitiço
A Jurema Sagrada é uma prática espiritual largamente difundida na zona da mata da Paraíba e Pernambuco, mas que tem em Alhandra (PB) uma referência fundamental.
Um espaço construído a partir de investimentos simbólicos e materiais que tem como principal função mediar o contato entre o mundo dos homens e o mundo místico no qual vivem os mestres, mestras, reis, encantados, caboclos, pretos-velhos e outros espíritos desencarnados.
E assim, se dá o desfecho do ponto cantado que firma a presença de uma das Mestras mais lembradas e referenciadas nas casas e rodas de Jurema de Pernambuco e Brasil a fora.
De repente, baixa Malunguinho, autoridade máxima da Jurema Sagrada. Chamado de Reis, no plural mesmo, rompe não só com a singularidade, mas com as fronteiras das atribuições específicas ao ser símbolo coletivo e concomitante, também, de trunqueiro, caboclo e mestre.
A jurema sagrada é remanescente da tradição religiosa dos indígenas que habitavam o litoral dos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e o Sertão de Pernambuco.
A ciência ancestral herdadas dos povos originários (índios e africanos) permitiu que esta religião, e todo o seu complexo cultural, pudesse ser utilizada como ferramenta de formação educacional para as crianças pertencentes às comunidades de terreiros, possibilitando o aprendizado da concepção de cidadania e de direitos e deveres desde muito cedo.
É evidente que há (muitos!) “centros” e “casas” de jurema na cidade e região, e ao lado delas, nas residências de inúmeras pessoas, existe também uma gama de práticas através das quais as pessoas manejam cotidianamente forças, uma ciência podemos dizer.
Essa ciência a qual ela se reporta está associada aos lugares de produção de saber recorrentemente desconsiderados ou colocados em questão pelo empirismo que os marcam.