Uma revista que se chama Senso e que trata de religião. Qual o propósito? Essa é a pergunta não somente do leitor, mas também dos colaboradores e dos editores desta revista, que nos perseguirá enquanto ela existir.
Religiões de Matriz Africanas
A Edição 01 da Revista Senso, ao trazer para o centro de nossas atenções as religiões de matriz Africana quer propor que é preciso #ConhecerParaRespeitar o Axé.
Nesta entrevista, Niza Menezes fala sobre sua trajetória no Candomblé e como Yalorixá, além de apresentar relatos de suas experiências com intolerância religiosa e preconceito.
Desafio aceito, vou tentar escrever um pouco sobre meu olhar, enquanto candomblecista, sobre como conviver com as diferenças, principalmente quando essas diferenças nos oprimem tanto, nos apedrejam, queimam e destroem nossos sagrados.
“Nós Temos um sonho” é o nome do projeto coletivo de artistas negros de Belo Horizonte, cujo nome é inspirado no célebre discurso do reverendo Martin Luther King, um dos principais nomes da luta pelos direitos civis dos negros norte-americanos.
Quando tive o primeiro contato com religiões de matriz africana, ainda muito novo, me lembro que tudo parecia mágico,diferente do que até então eu tinha tido de experiência religiosa, mas algo que me atraía.
Falar de espiritualidade é um grande desafio, pois a palavra traz uma carga histórica com significados e predefinições, principalmente em uma sociedade predominantemente cristã.
Ser ou estar em uma religião não faz do cidadão ter direitos ou, mesmo, deveres, superiores a ordem constitucional.
Na América Latina, marcada pela diversidade cultural, para estabelecer alguns princípios ecumênicos e trabalhar de forma justa a diversidade, temos de distinguir: existem dois tipos de diversidade, uma baseada nas desigualdades sociais, raciais, de gênero e orientação sexual.
Em nossa sociedade, na maioria dos casos de intolerância religiosa, as vítimas são as religiões de matriz africana.
Você, com certeza, já ouviu falar em Exu, Ogun, Oxum, Iemanjá ou na palavra “Axé” certo? Nomes tão populares na religio – sidade e cultura brasileira, mas, na maioria das vezes, tão distorcidos de seu verdadeiro significado.
É a partir dessa referência visceral da cultura negra que o projeto “Nós temos um sonho” idealizado pela cantora Lu Daiola lançou o videoclipe “Deixa o Erê Viver” e com isso amplificar uma campanha de sensibilização contra o genocídio da juventude negra e o extermínio por armas de fogo, nas redes sociais.
Estamos num tempo de grandes desafios. Uma multiplicidade de gestos, reflexões e novas práticas ditam as transformações do tempo axial do pluralismo religioso.