É inegável a presença da religião em nossa sociedade. Nas ruas, nas casas, no parlamento, nos tribunais, na constituição, nos pescoços, no dinheiro, nas expressões idiomáticas, na canga que se usa nas praias, no cimo das portas dos fornos na roça.
A Religião em Xeque: Os Sem Religião no Brasil
Neste terceiro número, a Senso quer convidar seus leitores a olhar para a margem da religião e, assim, visibilizar esta parcela da população que, via de regra, cultiva sua espiritualidade, sua crença e sua descrença, para além das religiões.
A educação é um forte componente na formação cidadã. No Brasil há, tradicionalmente, a cadeira de Ensino Religioso. No entanto, não poucas vezes, ela é instrumentalizada pelas religiões.
Ao aproximar pessoas nas praças da cidade por meio da música, o Ilumina Rio propõe uma nova forma de vivenciar ambientes públicos, transformando a energia do medo em amor, a indiferença em compaixão, e atesta franzida em sorriso.
Entre os diversos grupos religiosos que constam no Censo de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o dos sem-religião é o terceiro maior do cenário religioso brasileiro e instiga, impreterivelmente, a pesquisa de estudiosos da religião. 8,04% de brasileiros se declaram sem-religião, o que corresponde, em termos absolutos, a 15.335.510 indivíduos.
Embora muitos religiosos se valham do inciso VI do artigo 5º da Constituição Federal para defender seu direito à religiosidade e liberdade de crença, faz-se necessário ressaltar no mesmo dispositivo constitucional o direito à não crença garantido na expressão textual do artigo: “é inviolável a liberdade de consciência”.
O conceito de desafeição foi utilizado pela sociologia em meados do século passado por ser facilmente aplicado em pesquisas estatísticas, mas depois caiu em desuso porque não permite fazer comparações entre diferentes sistemas religiosos.
Percebemos pelos dados do Censo o crescimento no Brasil daqueles que se colocam como não pertencentes a uma crença religiosa, ateus ou agnósticos.
Frente ao crescimento de diversos movimentos religiosos em âmbito mundial e o processo de fortalecimento de Religiões como o Islã, alguns cristãos se veem na sadia necessidade de “iluminar” os acontecimentos à luz da fé cristã.
Basta olhar ao redor para perceber como poucos de nós, hoje, carregam a força da fé dos próprios avós.
Essa afirmação pode ser dita por pessoas ligadas a cultos afrodescendentes que acolhem no Xirê, ou em festas correspondentes, as manifestações de Deus tomando posse das pessoas.
Como entender, no contexto atual, o fenômeno do crescimento do grupo dos sem-religião, especialmente entre os jovens?
No desenvolvimento da nossa espiritualidade temos que ter muito cuidado para não viver na superficialidade, no fechamento em si mesmo ou no fechamento institucional.
Muito se dá atenção ao se tratar da diversidade religiosa no Brasil às diversas maneiras que as pessoas creem.
Vivemos em um país de colonização europeia. Os portugueses que invadiram as terras de o que hoje chamamos de Brasil trouxeram consigo não somente culinária e vestimentas, mas também uma religião, o cristianismo católico.
Somos frutos da morte de Deus anunciada como uma das bases fundamentais para compreender a contemporaneidade. Essa máxima teve e, ainda tem, impacto significativo sobre o nossa leitura de mundo, nossa forma de agir e, por fim, nossa forma de crer.
É extremamente difícil se declarar “sem religião” no Brasil. Historicamente, o preconceito é tão grande quanto ao praticado contra homossexuais.
Frequentemente alguém pergunta se é possível cultivar a fé via internet por meio de estudos, seguimento a alguém, músicas, vídeos, orações, dentre outros. Então, vamos por passos.