A Revista Senso retorna em sua 26ª edição com diálogos críticos em Ciências da Religião e Teologia, dando visibilidade a vozes cuir e promovendo reflexão em defesa dos direitos humanos.
Pode @ queer/cuir falar¿
Após um período dedicado a outros projetos acadêmicos e pessoais, e com a colaboração de amigas pesquisadoras de diferentes abordagens nos estudos de religião, a Senso retorna com uma edição que mantém nossa linha editorial: levar ao público não especializado conhecimento científico de qualidade nas áreas de Ciências da Religião e Teologia.
A alegria queer emerge como tecnologia de sobrevivência e prática teológica na ICM, revelando epistemologias encarnadas que celebram corpos dissidentes, prazer e espiritualidade inclusiva.
Diferentemente de algumas teologias queer do Norte Global que permanecem acadêmicas, muitas teólogas latino-americanas enfatizam teologias desde o corpo e teologias desde baixo.
“Rumo a uma Teologia da Deficiência [Disca]” propõe uma espiritualidade libertadora que reconhece corpos com deficiência e corpos queer como locus theologicus, ressignificando a Divindade a partir da vulnerabilidade, da ternura radical e da resistência encarnada.
Uma leitura queer e indecente de Gênesis 2 revela Adão e Eva como corpos andróginos, desejantes e transgressores. Entre midrash, ofitas e Marcella Althaus-Reid, o Éden aparece não como prisão da decência, mas como primeiro armário a ser rompido.
Uma proposta de hermenêutica queer que toma a cozinha como método para estudar religião, corpo e sexualidade na América Latina. Entre sabores, rituais e resistências, Giovanna Sarto propõe uma teologia viva, indecente e situada.
O artigo revisita a França Antártica (1555–1560) para analisar como o calvinismo, em meio ao projeto colonial, tensionou normas de gênero, sexualidade e religião. Entre batismos, santa ceia e seduções, emergem contradições e práticas que desafiaram padrões coloniais e revelam um calvinismo mais complexo e subversivo do que a imagem austera que lhe é atribuída.
O artigo analisa como o povo Puri, declarado extinto pelo Estado brasileiro, resiste e re-existe por meio da retomada da ancestralidade, das espiritualidades nativas e das vivências LGBTQIAP+. A partir de relatos pessoais e coletivos, destaca-se o nomadismo espiritual puri como força de resistência frente ao colonialismo, às imposições cristãs e às normas de gênero hegemônicas.
Aquelarre Pneumatológico: Encuentro de Espiritualidades Promiscuas propone una relectura queer, feminista y decolonial de la pneumatología, donde espiritualidades múltiples y fluidas se encuentran como actos de resistencia, sanación y subversión frente al patriarcado, racismo y colonialismo.
Entre a Fé e o Ser” analisa as vivências queer no cristianismo, destacando tensões entre fé e identidade, impactos da exclusão religiosa e a resistência de pessoas LGBTQIAPN+ que reivindicam acolhimento e dignidade nas igrejas.
Estudo inédito revela o perfil e as experiências de pessoas LGBTQIAPN+ no Santo Daime em 2025. Resultados mostram avanços em diversidade e acolhimento, mas também tensões, violências e desafios de inclusão dentro da religião daimista no Brasil.
Carta de gratidão às teologias queer latino-americanas, reconhecendo espiritualidades dissidentes, resistências e redes de afeto que cruzam fronteiras e desafiam sistemas de opressão.
Reflexão crítica sobre como a Igreja Católica lida com a diversidade LGBTQIAPN+, denunciando contradições patriarcais e propondo caminhos de resistência, subversão e pertença dentro da própria instituição.
Exploração das espiritualidades LGBTQIAPN+ em chave decolonial, revelando resistências, reinvenções e práticas queer que subvertem a normatividade religiosa e afirmam a potência de corpos dissidentes na relação com o sagrado.
Carla Coutinho articula ecoteologia queer, espiritualidade indecente e biodiversidade dissidente para pensar alianças entre corpos plurais e a Terra, propondo subversão, resistência e cura diante de sistemas patriarcais, coloniais e heterocisnormativos.
Andrea Musskopf revisita a pergunta de Spivak — pode @ queer/cuir falar? — discutindo limites, disputas e genealogias das teologias queer/cuir na América Latina e Caribe, com destaque à herança feminista e à contribuição de Marcella Althaus-Reid.
Reflexão sobre espiritualidades LGBT no Brasil: entre a rejeição das igrejas cristãs e a reinvenção da fé como resistência, liberdade e sentido.
Lectura crítica de 1 Sam 4,19-22 desde la perspectiva de género: cuerpos silenciados, voces de mujeres y resistencia frente al patriarcado bíblico.
Leitura crítica de 1Sm 4,19-22 a partir da perspectiva de gênero: corpos silenciados, vozes femininas e resistências diante da dor patriarcal.
Reflexión sobre lo Cuir como irrupción frente a las normas patriarcales y heteronormativas: espiritualidad libre, teología queer y futuro decolonial.
Reflexão sobre o Cuír como ruptura às normas patriarcais e heteronormativas: espiritualidade livre, teologia queer e futuro decolonial.
Reflexão sobre semillas, espiritualidad cuir y memoria afrodiásporica: de la parábola del sembrador al patakkí yoruba y la cosecha inesperada.
Reflexão sobre colheita, espiritualidade cuir e memória afrodiásporica: da parábola do semeador ao patakkí yorubá e sementes da diáspora.”
O texto reflete sobre o sexílio LGBTI+ na América Latina e no Caribe como experiência de dor e criação, onde pessoas migrantes reinventam a fé em meio a exclusões, violências e fronteiras. No México, mesmo diante da hostilidade, surgem espiritualidades cuir — móveis, híbridas e resistentes — que transformam as margens em espaço de dignidade, desejo e esperança.
El sexilio LGBTI+ en México y América Latina resignifica la espiritualidad desde los márgenes: resistencias, fe y nuevas formas de lo sagrado.