Racismo Religioso
PLANO DE AULA
Classificação: Ensino Fundamental II: 6º ano
Abordar temas associados à diversidade e a desconstrução de conceitos pré-estabelecidos via senso comum tem sido cada dia mais difícil em muitas escolas. O movimento conservador tem como centro o extermínio das diferenças em todas as instâncias da vida em sociedade.
Para se adquirir conhecimento é necessário da zona de conforto e ir além do que se conhece. O ensino religioso nos ajuda e muito nisso. E tratar de maneira concisa assuntos que permeiam o tabu, o senso comum e apenas propaga nuances do racismo em nossa sociedade se faz urgente.
A abordagem aqui proposta é multidisciplinar e está alinhada às habilidades propostas na BNCC de Ensino Religioso
Para o 6º ano :
(EF06ER06) Reconhecer a importância dos mitos, ritos, símbolos e textos na estruturação das diferentes crenças, tradições e movimentos religiosos.
Para o 7º ano
(EF07ER08) Reconhecer o direito à liberdade de consciência, crença ou convicção, questionando concepções e práticas sociais que a violam.
Justificativa
O conhecimento advindo do senso comum possui um valor relevante na nossa construção do conhecimento. Muitas vezes ele, o senso comum, limita a nossa sede por saber melhor e questionar o que nos é ofertado, como verdade absoluta. As informações que se tem no senso comum no que diz respeito às religiões de matriz africana e indígenas são, de um modo geral, demonizadas. Aceitamos (nós, a sociedade), melhor o que é esCLARECIDO, branco, alvo. Nos parece mais puro, mais verdadeiro. E com isso por vezes nos esquecemos de olhar e questionar a verdade que nos foi apresentada e a colocamos como uma verdade absoluta.
Compreender o impacto das ações advindas de um racismo estrutural acarretando a uma ação de racismo religioso é fundamental para compreensão do que realmente impacta e destrói nossa sociedade.
O interesse com esta proposta é que se compreenda a dimensão do racismo religioso, fenômeno este desconhecido nessa faixa etária e buscar suscitar nos educandos ações de empatia e alteridade.
Objetivos:
- Compreender o conceito de racismo religioso.
- Analisar os impactos do racismo religioso a toda sociedade.
- Refletir sobre ações que possam combater o racismo religioso.
Metodologia
Como é um tema polêmico e passível de interpretação equivocada, propor aos alunos que reflitam sobre como a religião deles é vista em sociedade. Alguém já disse que sua religião é do mal ou te excluiu por você acreditar neste Deus? Como você se sentiria se alguém dissesse que sua fé é do mal?
Após a partilha de pensamentos solicitar que os alunos analisem as reportagens expostas no telão. Para tal selecionar reportagens atuais que tenham como tema o racismo religioso.
Apresentar ainda os dados sobre os índices de violência e discriminação religiosa sofrida pelos negros em nossa sociedade.
Questionamentos instigadores.
- Por que a religião dessas pessoas é discriminada?
- O que é necessário fazer para que não haja esse tipo de discriminação?
- Conhecer essas maneiras de crer ajuda a minimizar a discriminação?
- Por que esse tipo de discriminação é interpretado como racismo religioso?
Para enriquecer a discussão mostrar o vídeo: #Bom Saber: Racismo Religioso
Para aprofundamento do professor
Tratar sobre a pauta racial em sala de aula é um trabalho delicado e é fundamental analisar o lugar de fala em que se ocupa para trazer tal assunto, se na turma tem algum aluno negro e deixe que ele detenha o lugar de fala dele como protagonista deste espaço. A proposta apresentada tem o cunho científico informativo, visando apresentar aos discentes dados e informações sobre a temática, ao buscar reportagens e informações sobre o assunto vise uma busca mais científica possível.
Mostrar para os alunos que a chave para erradicar a discriminação é o conhecimento é um ponto importante também. Entender que não existe uma única verdade absoluta no campo religioso e que são várias verdades para as várias culturas é fundamental.
Referências
MOREIRA. Adilson. Racismo recreativo São Paulo: Sueli Carneiro, Polén 2019.
RIBEIRO. Djamila. Lugar de fala. São Paulo: Sueli Carneiro, Polén, 2019.
VAZ. Lívia Sant`Anna. Porque o racismo religioso tem terreno fértil para prosperar no país. Carta Capital. 21 de janeiro de 2019.
Mestra em Ciências da Religião e Pedagoga, pela PUC Minas.